DON’T STOP ‘TIL YOU GET ENOUGH…………..
(Escrita e composta por Michael Jackson; produzida por Quincy
Jones; coproduzida por Michael Jackson; arranjo de instrumentos de
sopr por Jerry Hey; arranjo de ritmos por Greg Phillinganes e Michael Jackson. Arranjos de vocais e percussão por Michael
Jackson. Arranjo de cordas por Bem Wright. Vocais guias e
backgrounds: Michael Jackson; Baixo: Louis Johnson. Bateria: John
Robson; Piano Elétrico: Greg Philliganes. Guitarra: David Williams
e Marlon Henderson. Instrumentos de sopro: The Seawind Horns.
Percussão: Michael Jackson, Randy Jackson e Paulinho da Costa.
Concert master: Gerald Vinci).
Embora Michael Jackson tenha escrito músicas antes, “Don’t stop ‘Til You
Get Enough” foi a primeira composição oficial como artista solo. Também
foi o primeiro single de Of the Wall lançado, o primeiro a ganhar Grammy
Awards e a primeira música dele a chegar ao 1º lugar nos hits, nos Estados
Unidos e em todo o mundo, desde os dias do Jackson 5. Ela é, em outras
palavras, a música inovadora de Jackson, no álbum inovador dele, e a
composição própria dessa faixa simboliza essa transformação.
Essa faixa começa com uma introdução falada, um tímido e recatado
Jackson, mal falando acima de um sussurro. “Você sabe, eu estava me
perguntando…” A aparente inocência e incerteza dele, paradoxalmente,
transbordam com sugestão, como se algo inesperado estivesse abaixo da
superfície (“a força”). A tensão é construída em um astuto baixo, antes de
Jackson explodir em um grito de desinibida confiança, energia e alegria. A
música, então, explode em um caleidoscópio de sons: redemoinho de cordas,
uma explosão de trompetes, um rif de guitarra funk e uma batida pulsante de
sintetizador.
O falsete de Jackson se eleva acima de tudo isso em uma
eufórica fronteira com o êxtase. “A introdução é dez segundos de perfeita
tensão”, escreveu o critico musical Gerri Hirshey. O critico musical Paul
Lester chamou isso de “possivelmente, a mais emocionante introdução em
um single pop”.
Rolando por mais de seis minutos, a energia da música é inesgotável,
fazendo dela uma dance muscic permanentemente clássica. “Don’t Stop
praticamente leva você pela mão até a pista de dança”, escreveu Mark Fisher.
“O turbilhão do universo de cordas arrasta você, a deliquescência do deleite
(‘eu estou derretendo’) do arrebatado falsete de Michael, gentilmente, desfaz
qualquer armadura resistente de caráter. É uma adorável música para dançar
por si só, assim como ‘Rock With You’, a qual, da mesma forma, parece o
universo inteiro, em um disco de globo espelhado.
Sonoramente, comparado com as mais qualificadas músicas de dance
club de hoje, “Don’t Stop” soa exótica, o rico e diverso arranjo de
instrumentos e sons, de saxofones e flautas dela, as sinetas, o que Jackson
descreve como “guitarras cortadas como kalimbas, os pianos de polegar
africanos”, fazem uma fascinante introdução para as intuitivas proezas
musicais de um jovem de vinte e um anos de idade.
A demo original de “Don’t Stop” foi gravada no estúdio twenty-fourtrack da família Jackson com a ajuda do irmão, Randy, e a irmã, Janet. Michael cantou os overdubs “como um tipo de grupo” e escreveu, sozinho,
uma grande parte solo, para combinar com a música que ele estava
“escutando na cabeça (dele)”, assim, permitindo que “o arranjo fosse assumido, a partir do canto”. “Michael é raramente discutido como um
arranjador, desde que nossa visão dele está amarrada à pessoa dele como
performer ao vivo”, observa o critico musical Nelson George. “Mas o
argumento para a grandeza dele no estúdio de gravação começa com os
arranjos dele para ‘Don’t Stop ‘Til You Get Enough’.
As camadas de
percussão e pilhas de backing vocals, ambos artisticamente coreografados…
ainda agita festas no século 21.”
A música também faz uma declaração com as letras dela. O título
sensual, sexualmente sugestivo, surpreende alguns ouvintes, acostumados às
expressões mais inocentes de amor demonstradas na maior parte das músicas
dos Jackson 5. A mãe de Jackson, na verdade, uma devota Testemunha de
Jeová, expressou choque pelo título e avisou ao filho dela que isso seria
facilmente mal interpretado. Jackson, porém, gostava da provocativa
ambiguidade da música.
Ele disse a ela para não se preocupar, pois a música
“significaria qualquer coisa que as pessoas quisessem que significasse”.
A experiência pessoal de Jackson com intimidade sexual ou mesmo
relacionamentos, naquele tempo, era um mistério para a maioria. Quando ele
não estava trabalhando ele estava, normalmente, sozinho ou com a família.
Por outro lado, ele tinha experimentado mais que a maioria dos jovens
homens da idade dele.
Antes mesmo que ele tivesse chagado à puberdade, ele
estava performando com os irmãos dele em boates noturnas com strippers e
travestis e lidando com a constante presença de groupies. Além disso, ele
tinha recentemente retornado de Nova Iorque, (onde esteve trabalhando no
filme The Wiz) e testemunhou a cena noturna decadente da cidade, incluindo
o infame Estúdio 54.
A exibição de sexo, drogas e sentimentos teatrais em
cortante contraste com as lições de moralidade e puritanismo que a mãe e a
religião dele (Testemunha de Jeová) lhe ensinavam, mas Jackson observava
isso como uma aguçada, talvez destacada, curiosidade. Jackson
constantemente lutava para conciliar esses mundos díspares, frequentemente
se sentindo isolado e confuso sobre quem e o que ele deveria ser.
Desde a tenra idade, porém, música se tornou a escapatória e catarse
dele.
Ela permitia que ele, temporariamente, suplantasse as inibições,
confusões, medos e culpas e encontrasse a confiança, intimidade, expressão
e conexão que ele carecia na vida real. Música era a droga dele, amor e
religião, tudo embrulhado em um pacote. Com esse contexto em mente,
“Don’t Stop” é mais que uma cativante dance music. É uma maravilha sonora
que é também uma das primeiras indicações da identidade complexa e
envolvente de Jackson. Com aquele, agora, característico “Oooooh!” ele
quebrou inúmeras barreiras, pessoal, cultural, artística, e ficou completamente
possuído pela “força” da música.
O vídeo musical dessa música, o primeiro de Jackson como artista
solo, mostrou o “novo” Michael Jackson em todo o esplendor e vitalidade
dele. “(Ela) (o) captura da maneira como o mundo se apaixonou por ele”,
escreveu a Rolling Stone. “O garoto na porta vizinha vivendo o mais
glamoroso sonho disco dele, usando um smoking e ostentando as coisas
dele. Você não consegue deixar de ser arrastado pela alegria e exuberância
dele.”
Um #1 hit, em 1979, “Don’t Stop ‘Til You Get Enough” continua
sendo uma das dance musics de mais resistência de Jackson hoje.
Source….themaninthemusic.blogspot.com.br